quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Matéria no jornal “O Globo” deixa o povo indignado

Pro teste reprova oito marcas de protetor solar, entre elas:
nivea, La Roche-Posay e banana boat.

Quando li a reportagem durante a noite, havia 100 mensagens.
No outro dia de manhã, 188 mensagens de pura indignação das
pessoas que foram fiéis compradores dessas marcas.

A indústria cosmética já faz tempo, fatura em cima da ignorância do mercado.
Quando a economia melhora, o consumidor, além de consumir mais, torna-se mais exigente.

Vou re-publicar o post que está no meu Blog.

A Data do post foi em:
sexta-feira, sete de dezembro de 2007.

Os primeiros filtros solares foram muito bem-sucedidos em proteger a pele contra os raios UVB, mas para desalento dos pesquisadores, a ocorrência de câncer de pele não caía. As preocupações então, se voltaram para os raios UVA. Resumindo, eram as radiações dos raios UVA que, originalmente, causavam câncer na pele.

O numero do FPS (fator de proteção solar) escrito no rótulo do produto é apenas parte da historia. O FPS protege a pele contra os raios UVB. Ou seja, o dano dos raios UVB deixa a pele vermelha e forma bolhas.

Como proteger a pele contra os raios UVA?
Só existe uma forma: ler a lista de ingredientes e observar se os ingredientes,
Butyl methoxidibenzoylmethane (ou nome similar: mexoryl SX, Parsol 1789), fazem parte da lista de ingredientes.
Outros ingredientes eficientes: dióxido de titânio, óxido de zinco.

Benzofenona também protege contra os raios UVA, porém não é tão eficiente quanto os ingredientes citados acima. Esse ingrediente protege muito bem a pele contra os raios UVB e apenas uma parte das radiações UVA.

Os rótulos dos filtros solares não fornecem indicação sobre o comprimento de onda, ou do nível de proteção dos raios UVA.

A maioria dos agentes de proteção solar UVA oferece somente a proteção de uma parte das radiações de UVA, mas não do total espectro da onda.
Fonte: Revista - Skin Therapy Letter

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Formulação de um Xampu

Alunos de cursos de farmácia, cabeleireiros e estética - quando estudam as formulações dos cosméticos, pedem ajuda para trabalhos escolares.

As informações que publico no meu blog são objetivas, baseadas em comprovação científica e não são encontradas facilmente nos anúncios sobre cosméticos.

Os trabalhos são de uma aluna do curso de farmácia da FURBS de Blumenau - Santa Catarina.
Outro de uma aluna do curso de cabeleireiro de São Luis do Maranhão.
Essas informações podem ajudar outras pessoas.

Formulação de Xampu - E as funções de cada ingrediente

1- AQUA – água, praticamente toda a formulação cosmética possui em torno de 50% de água.

2- SODIUM LAURETH SULFATE
É usado como agente de limpeza. Pode ser derivado de coco (fruto do coqueiro). É bom deixar claro que existe muita informação incorreta na internet sobre esse ingrediente. Apesar de ser considerado um potente irritante para a pele (ou couro cabeludo), não é tóxico nem perigoso para a pele.
O fato de irritar a pele não significa que é cancerígeno, como é difundido. Os cientistas ainda não conseguiram encontrar evidências de que esse ingrediente pode causar câncer. Se for usado na porcentagem em torno de 2% no xampu, é um agente de limpeza muito eficiente para retirar a oleosidade do couro cabeludo. Usado de 2% a 5% na formulação, aí sim pode irritar muito a pele.

3- COCAMIDOPROPYL BETAINE
É considerado o surfactante mais suave nas formulações cosméticas.

O que é surfactante? Ingrediente com função de desengordurar, desmanchando os óleos e gorduras. Tem a função de lavagem, retirar gordura, por isso também é utilizado nos sabões de lavar roupa. Os termos surfactante e agente de limpeza são muito utilizados pelos químicos.

4- COCAMIDE DEA
É usado basicamente para formar a espuma. Mas também pode ser usado para misturar a água aos outros ingredientes (na linguagem dos químicos é dito um amigo da água). A terminação DEA significa Diethanolamine. Porém em porcentagem alta pode irritar a pele.

5- GLYCOL STEARATE
É um emoliente. O que é emoliente? A função dos emolientes é lubrificar. É um componente que previne a perda da água na formulação. Tem o efeito de dar maciez à pele (ou couro cabeludo). Podem ser obtido de maneira sintética, como é o caso do silicone, ou processado de substâncias naturais, como os óleos minerais. Existe uma imensidão de emolientes, glycol stearate é apenas um deles. Outros: glyceryl linoleate, dimethicone, palmitic acid, etc.

6- COCAMIDE MEA
A terminação MEA significa Monoethanolamine. Tem função também de formar espuma.

7- PARFUM
A função dos perfumes em formulações cosméticas é mascarar os cheiros ruins dos outros ingredientes químicos utilizados para fazer o produto.
Porém, perfume usado em alta dosagem nos cosméticos é o responsável número 1 pelas alergias na pele.

8- POLYQUATERNIUM-10
Tem função de estabilidade na formulação. É também um film forming agent.
A expressão film forming agent, em português, significa dar coesão na formulação, fazendo com que o produto se espalhe facilmente no cabelo, ou na pele (quando utilizados em cremes).

9- PEG-14
É uma sigla que significa polyethylene glycol. É misturado às gorduras dos ácidos e às gorduras dos alcoóis, para estabilizar, manter os ingredientes juntos.

10- METHYLPARABEN
É um conservante. A função dos conservantes em formulações cosméticas é prevenir o aparecimento das bactérias e fungos. Os conservantes podem irritar a pele, mas o mal causado por fungos e bactérias é muito maior. Por isso os conservantes são fundamentais em cosméticos.

Observação Importante:
Existe uma corrente contra os parabenos, e muitas empresas decidiram remover os parabenos das suas formulações para alegrar os consumidores.
É importante enfatizar que não existe nenhum estudo conclusivo, afirmando que os parabenos causam câncer.
E praticamente todas as empresas de cosméticos usam algum tipo de conservante nas suas formulações. O produto se deteriora muito rápido, sem conservantes.

Algumas empresas utilizam o phenoxyethanol.
Não é um conservante tão eficiente quanto os parabenos.
Porém, não deixa de ser uma forma do dourar um pouco o produto e se diferenciar da concorrência.

11- ACRYLATES/C10-30
Estabilidade para a formulação e film forming agent. Mesma função do item 8.

12- PEG-150 DISTEARATE
Manter os ingredientes juntos. Mesma função do item 9.

13- DISODIUM EDTA
A sigla EDTA significa Ethylenediaminetetra-acetic Acid. É um estabilizador na formulação. Previne por ex.: que o mineral contido na água mude a textura ou odor da formulação. Evita problemas de consistência (viscosidade) no produto. Seu termo técnico é chamado quelante.

14- METHYLCHLORDISOTHIAZOLINONE
É um conservante. Função igual ao item 10.

15- METHYLISOTHIAZOLINONE
É um conservante. Função igual ao item 10.

16- SODIUM HYDROXIDE
Tem função de regular o pH do produto. Em alta porcentagem pode irritar a pele.

17- TOURMALINE
É um mineral. Usado em xampu com a função de gerar uma pequena carga elétrica no cabelo. Pois se supõe que esse mineral possa atrair partículas de poeira. Porém não há evidência científica de que esse mineral possua algum efeito benéfico para o cabelo, quando usado nas formulações dos xampus.

18- Sacharomyces / silicon ferment
É um extrato de fermento com a presença de íons de silicone. Também é um ingrediente sem evidência científica se é benéfico ou não para o cabelo.

Reconstrução Capilar – um olhar crítico

Informação fornecida para o trabalho escolar sobre Recontrução Capilar
de uma aluna do curso de cabeleireiro - São Luis do Maranhão


Está na moda o termo reconstrução capilar. Alguns anos atrás a mulher brasileira quase não pintava o cabelo. Não é muito antiga a situação em que uma mulher com cabelo pintado de vermelho, poderia ser vista como uma pessoa de comportamento meio duvidoso. Porém os tempos mudaram e a indústria cosmética descobriu o Brasil. Nos últimos 5 anos a venda de produtos para cabelo cresce a olhos vistos.

Antes quero deixar claro que nenhum produto, por mais caro que seja, age sozinho na beleza de um cabelo. A habilidade e o conhecimento de um cabeleireiro é que realmente faz a diferença. Tenho muito respeito por cabeleireiros e formuladores de produtos para cabelo. Nas muitas pesquisas que já fiz e continuo fazendo sobre produtos para cabelo, felizmente, tenho percebido que a quantidade dos produtos bons é maior que a quantidade dos produtos ruins. O que não acontece com relação aos produtos para a pele do rosto e corpo.

Mas admiração e respeito por cabeleireiros, não me impede de falar que o fabricante de produtos para cabelo, freqüentemente esconde a verdade sobre os seus produtos. A maioria engana muito na hora de dizer ao cliente o que o seu produto é capaz, e o que ele não é capaz de fazer pela beleza de um cabelo.
O termo reconstrução capilar é basicamente um termo criado pela indústria cosmética para vender produtos para cabelos danificados, principalmente por tintura. É possível o fio de um cabelo ser reconstruído? Os cabeleireiros são muito bem treinados pelos fabricantes de cosméticos para responder sim a essa pergunta.
O fato é que entre a recomendação de um cabeleireiro e a propaganda dos produtos para cabelo, não existe muita informação correta.
A estrutura do cabelo
A cutícula é a camada exterior do cabelo que protege a sua espinha dorsal, chamada córtex. Também protege e medula do cabelo, mas o incrível é que em alguns tipos de cabelo a medula não é sempre presente. A cutícula tem a aparência de escamas, que são ligadas por uma espécie de cimento formado por aminoácidos.
A queratina, componente que reveste a cutícula do cabelo, possui carga negativa, o que permite reter, de certa forma, partículas de carga contrária. No cabelo normal essas camadas de escamas estão justapostas no eixo do cabelo. O mesmo não acontece no cabelo danificado, onde a superfície do cabelo é rugosa e irregular, aparecendo as famosas pontas duplas. O córtex é o principal componente da haste do cabelo. É nesta região que estão dispostos grânulos de melanina que dão origem a cor do cabelo.
Constituição do Cabelo
O cabelo humano é constituído de alfa-queratina, proteína insolúvel que consiste de aproximadamente 85% da massa total do cabelo com aproximadamente 7%de água. Outros ingredientes são lipídios 3%, pigmentos 2%. - Alteração no fio do cabelo Cabelo virgem perfeito Cabelo danificado Escovas, secadores e excessos de tinturas danificam a queratina do cabelo, componente da cutícula. Como a função da cutícula é proteger o córtex do cabelo, quando ela é danificada, deixa as frágeis proteínas do córtex do cabelo expostas. É aí que a indústria cosmética entra para reconstruir o que ela mesma ajudou danificar um pouco. Pois tingir o cabelo, é mudar a estrutura físico-química do cabelo e alterar também a sua superfície.
Além dos agentes cosméticos, o sol, vento e poluição ajudam a danificar o cabelo. È bom lembrar que a boa alimentação e controle de estresse contribuem para a aparência bonita do cabelo.
A Reconstrução Capilar
Para esclarecer o que a indústria quer dizer com reconstrução capilar é bom entender um pouco sobre cabelo e pH. pH é potencial de hidrogênio, ele é medido numa escala que vai de 1 a 7.
O pH da água é 7, e é considerado um pH neutro.
É bom ficar claro que cabelo seco não tem pH. Somente líquidos ou soluções aquosas possuem pH. Portanto quando o cabelo é dissolvido numa solução aquosa, que se aproxima do pH da pele, em torno de 4,5 a 5,5, é possível medir o pH do cabelo. E a indústria cosmética confunde quando diz que determinado produto que ela vende ajuda a balançar o pH do cabelo. Porém não é o cabelo em si que tem pH e sim um manto de ácido que recobre a fibra capilar, composto de óleo que transpira. É esse processo de transpiração do cabelo que cria o pH do cabelo.
Na verdade, é essa camada invisível a olho nu, que protege o cabelo. Aplicando uma substância com pH maior que 7 (mais alcalina que o cabelo) decompõem-se esse manto de ácido do cabelo e começa a danificar a camada externa da cutícula do cabelo. Um produto com pH menor que 2 (mais ácido que o cabelo), muda a estrutura do cabelo. Por isso que todo produto com pH maior que 7 e menor que 3 é ruins para o cabelo. Portanto um produto com pH entre 4,5 e 7 é bom para o cabelo. Seja complementando o ácido natural do cabelo ou simplesmente não prejudicando a estrutura natural do cabelo.
O objetivo de todo produto de tratamento para o cabelo, ou reconstrução capilar, deve ser: não alterar o pH natural do cabelo.
O americano, Jheri Redding, fundador das quatro empresas – RedKen, Jhirmack, Nexxus, e Jheri Redding Products.
Em 1960, Jheri Redding revolucionou a indústria dos produtos para salão e introduziu no mercado, os xampus que balançam o pH dos cabelos. Os químicos foram obrigados a concordar que um xampu de pH entre 4,5 e 7 é bom para qualquer tipo de cabelo, principalmente para os cabelos que passaram por algum procedimento químico.
Os ingredientes ativos presentes na formulação de produtos ditos reconstrutores capilares penetram realmente na parte interna da estrutura do cabelo?
A resposta é possivelmente. Existem pesquisas demonstrando que certos ingredientes ativos podem ser absorvidos pelo córtex da fibra capilar. Mas a quantidade de ativo e de quanto é o benefício para o cabelo - são indagações ainda não totalmente esclarecidas pelos cientistas. Pelo fato de ser difícil manter os ingredientes no cabelo, por períodos longos na sua estrutura.
Assim como penetram fácil na estrutura do cabelo, também saem fácil quando escovamos e lavamos o cabelo. Os ingredientes ativos das formulações reconstrutoras capilares se mantêm na parte externa do fio do cabelo, o que é bom, pois é exatamente onde eles são necessários. Os ingredientes ativos migram para a cutícula do cabelo, e se fixam nas camadas de cutícula do cabelo. Os nutrientes preenchem a parte ressecada e danificada do cabelo.
Mas infelizmente, esse ativo não se mantém no cabelo por muito tempo. Para ajudar a penetração dos nutrientes na estrutura capilar, a dica é: quanto mais tempo os ingredientes puderem permanecer no cabelo, melhor.
Silicone
É uma vasta gama de ingrediente ativo usado nas formulações de produtos para cabelo. Aparecem na lista de ingredientes sob os nomes de: dimethicone, phenyl trimethicone ou cyclomethicone. Esses ingredientes ativos são vitais nos tratamentos de cabelo. Eles possuem uma capacidade incrível de entrar na estrutura do cabelo e se espalhar em volta da cutícula do cabelo. São também resistentes à água, agüentam algumas lavagens do cabelo. O silicone dá brilho ao cabelo e melhora a sua textura.
Porém quando usados em porcentagens excessivas podem deixar o cabelo gorduroso e pesado. Óleo mineral, petrolatos e óleos de plantas também possuem características similares aos silicones, mas deixam o cabelo muito gorduroso e não se espalham tão facilmente pela cutícula do cabelo como os silicones.
Preços
Depende qual é o foco da clientela do salão, para fazer o preço de um tratamento de reconstrução capilar. Porém é crucial o cabeleireiro ter em mente de que o mais importante no produto é a sua formulação e não o preço. Existem produtos bem formulados em todas as categorias de preço. Um produto de tratamento caro não é garantia de resultado positivo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Não Existe Milagre

A Revista Veja na medida do possível é uma das poucas revistas que procura ser imparcial. No que tange a cosméticos, teve um ato de coragem em publicar (edição 07/10/09), uma reportagem sobre a opinião do dono da fabricante Clarins, o francês Christian Courtin-Clarins. Ele abre o jogo e diz: "Não há milagres nesse negócio". Digo ato de coragem, pois a revista freqüentemente reserva páginas inteiras aos anunciantes de cosméticos.

Costumo dizer que as reportagens publicadas nas revistas, sobre cremes, possuem pouca ou nenhuma objetividade. Essa é uma daquelas reportagens que vai direto ao ponto. Um dos motivos é puramente econômico. Monsieur Clarins afirma que o faturamento de sua marca nos Estados Unidos diminuiu 5%. Então, viramos o olhar para a América Latina.

Já usei Clarins. Meu marido ficava assustado com o preço dos cremes. Aliás, foi uma das marcas que mais causou acnes na minha pele. Na época, não tinha as informações que possuo hoje. Achava o máximo, enfim num momento da minha vida, poder comprar Clarins. O melhor produto da Clarins que usei, foi o creme para as mãos. Os hidratantes da Clarins são oleosos demais. Porém, existem produtos dessa marca, com ingredientes que não irritam a pele e com função antiinflamatória.

Falava da razão econômica. O valor do faturamento anual da indústria cosmética nos Estados Unidos é aproximadamente 45 bilhões de dólares. É algo considerável, o encolhimento de 5% da Clarins por lá. Levando em conta que a indústria cosmética, no Brasil, pode se aproximar das cifras americanas, nosso mercado sem dúvida, é atraente para a Clarins.
Segundo Monsieur Clarins, a indústria cosmética vive hoje um impasse: “precisamos aprender mais sobre a quantidade de ingredientes cosméticos que caem na corrente sangüínea, quando é utilizada a técnica da nanotecnologia”.

Eu diria que o impasse também está no fato de o consumidor das marcas caras por aqui, estar meio desconfiado. O leitor da Veja, imagino que andava sedento de informações objetivas sobre cosméticos. Pois bem, se o consumidor quer objetividade, então transmitimos objetividade a ele. Essa é uma das mensagens nas entrelinhas da opinião do Monsieur Clarins.

De qualquer forma a introdução de mais produtos da Clarins por aqui é positiva, teremos mais opções de produtos cosméticos. A Clarins é uma das linhas mais extensas que existe. São inúmeros produtos. Eles possuem produtos para tudo que é tipo de problema de pele. Mas, segundo Monsieur Clarins categoricamente afirma: não fazem milagres.

Excesso de Creme Causa Acne

O programa fantástico da TV Globo no último domingo (04/10/09) fez uma reportagem sobre mulheres com acnes, causadas pelo uso excessivo de cremes.

O fato é que anúncios de TV, rádio, jornal, revistas, profissionais de estética e médicos da beleza insistem em dizer que nas rotinas de cuidados com a pele, todo simples mortal deve usar cremes hidratantes, e o pior, bastante.

As informações sobre cremes hidratantes são freqüentemente mal entendidas e deturpadas. O único tipo de pele que realmente necessita de hidratante é a pele seca. Depois a pele com ruga. Porém se a pele com ruga for oleosa, o uso do hidratante pode causar acnes.

Embora as propagandas preguem o contrário, em cosméticos nem tudo é cor-de-rosa. O fato é que os hidratantes são terríveis paras as peles oleosas. Os hidratantes contêm em sua formulação, substâncias imitando os lipídios naturais da pele. Em contato com a pele, essas substâncias gordurosas estimulam mais produção de óleo. E a última coisa que uma pele oleosa precisa é adicionar mais óleo ao que ela já produz em excesso.

A pessoa imagina que está hidratando a pele, ou atenuando as rugas. Na verdade, não obtém nenhum dos benefícios. Infelizmente, adquire mais acnes. Inclusive uma das mulheres entrevistadas pela reportagem, afirma que nunca teve problemas de acne durante sua adolescência.

Por isso vou repetir inúmeras vezes: primeiro você terá que deixar de lado toda persistente e patente informação incorreta referente a acnes. Depois avaliar todas as opções, e se concentrar naquilo que dá certo para seu tipo específico de pele. Senão, acaba arranjando mais problemas de pele.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Entrevista ao Patrick Diener

Acredito que fiz uma injustiça, esse jornalista me entrevistou e não mencionei no blog.

Antes tarde que nunca, aí vai o link:

http://videolog.uol.com.br/video.php?id=365427

Não trabalha em nenhum canal glamuroso, mas faz um ótimo trabalho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um Dedicado Leitor

De um querido e dedicado leitor recebo:

Oi Lucia,

Meu nome é Henrique, e ao pesquisar se tinha alguma comunidade do seu livro, encontrei seu perfil. Quero lhe dizer que seu livro me ajudou e muito.

Durante anos deixei de comprar roupa, calçados, livros só pra comprar cosméticos.

Já usei todas as marcas, das mais baratinhas as mais caras. E nenhuma cumpriu o que prometia.

Acho que seu livro deveria ser mais divulgado em programas de TV. Bota uma boa assessoria pra fazer isso. Uma assessoria que ligue, envie e-mails pra todas as produções de programas de TV. Eu faço minha parte indicando pros meus colegas de trabalho. Seu blog está entre os meus favoritos, mesmo não sendo muito atualizado.
graças a você não gasto o que gastava antigamente.

Beijos,
Henrique


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Henrique,

Parabéns pela leitura e obrigada pelo estímulo positivo.
Você tem razão, o livro, as informações objetivas que escrevi no blog sobre cosmétcos, deveriam ser mais divulgados sim.

Estou fazendo uma revolução sem muito alarde, pode ter certeza.

Mencionei no livro que a Nivea estava usando cânfora na formulação do bloqueador solar.
Dia desses li o rótulo dos novos lançamentos deles, e adivinha?
Tiraram a cânfora, pelo menos de alguns.

O preço de um filtro solar foi triplicado, pelo fato de ter indicado o produto no livro e falar bem dele.

Informei à uma empresa o uso substâncias com suspeitas cancerígenas na formulação dos seus produtos. Mandei as conclusões de pesquisadores americanos. Ao menos em alguns produtos, as referidas substâncias foram retiradas.

Prometo atualizar mais o bog.

Um abraço.
Lucia

sábado, 26 de setembro de 2009

Filtro Solar em Forma de Sabonete

O FDA (Food Drugs and Administration) proibiu as empresas cosméticas americanas de escrever no rótulo de um filtro solar as frases:
"não sai na água".

Segundo o FDA, toda vez que a pessoa entra na água, o filtro solar que está na sua pele é retirado.

Mas aqui em nosso país, um professor de cosmetologia lançou um sabonete com protetor solar.

Eu pergunto: os ingredientes desse sabonete, responsáveis em proteger a pele do sol, não saem na hora de lavar a pele?

Mandei e-mail ao professor. Nenhuma resposta.

Pseudociência

Muitas linhas cosméticas publicam informações sobre ingredientes ativos usados nas suas formulações. E intitula esse amontoado de informação como artigo científico.

O artigo inicia falando sobre ciência básica, com a intenção de prender a atenção do consumidor por alguns minutos. Em seguida o texto vai se transformando em um verdadeiro imbróglio científico. E o consumidor acaba não entendendo direito, mas imagina que o ignorante é ele e jamais o autor do texto.

O objetivo de todo o palavreado inútil é justamente prender a atenção, depois confundir.

A grande maioria das informações sobre substâncias usadas nos cosméticos são feitas em uma linguagem incompreensível, recheada de termos técnicos sem significado científico nenhum. Alguns termos simplesmente não existem. Porém, passa ao consumidor a impressão de possuir comprovação científica.

A marca do cosmético é sutilmente citada e junto, alguns problemas de pele. E obviamente esses problemas desaparecem após a utilização do produto.

Pseudociência é uma estratégia muito usada para divulgar cosméticos. Junto com informação imprecisa, a intenção principal é vender produtos cosméticos. Muitos produtos raramente resolvem os problemas de pele e causam mais distúrbios na pele ainda.

Existem pesquisas a respeito de produtos cosméticos. E quando o artigo é publicado, o autor, quer credibilidade ao trabalho. Um artigo científico correto esclarece, não confunde.

Fabricante não informa a porcentagem do ativo nas Escovas Progressivas

Para transformar um cabelo crespo em liso, uma substância química deve alterar a estrutura do fio do cabelo. E não existe maneira delicada de fazer isso. Do contrário, seria possível despedaçar o vidro de uma janela, colar novamente todos os caquinhos e o vidro retornaria ao que era antes de ter sido quebrado.

Adulterar a forma natural do cabelo, sempre gera repercussões. Não importa se é usado condicionador ou não, a verdade é que o produto danifica a textura dos fios. É muito difícil saber de antemão o tamanho dos danos provocados no cabelo após um alisamento. A maneira mais simples é conferir a textura do fio do cabelo. Em cabelos muito finos, os alisamentos praticamente diluem os fios.

Se o agente químico, é algo tão forte a ponto de modificar a forma natural do cabelo, por um período de alguns meses (ou mesmo semanas), é sinal de que causará danos no cabelo.

Entre os diferentes produtos alisantes à venda, existem alguns mais delicados (e delicado aqui é muito relativo), que o outro.

A informação fornecida pelo fabricante no rótulo do produto, de que o alisante “não danifica o cabelo de maneira nenhuma”, é falsa. Porém, mulher sempre estará disposta a correr riscos para melhorar sua beleza.

Atendendo as denuncias feita por consumidores, o Instituto de Pesquisa Adolfo Lutz de São Paulo, no período de 2003 a 2007, avaliou 38 amostras de produtos alisantes de diferentes marcas e ativos, encaminhadas pela vigilância sanitária de São Paulo, PROCON e Instituto de Criminalística. Do total das 38 amostras, 20 foram reprovadas. Ou seja, 52% estavam em desacordo, por apresentarem teor de ativo acima do limite máximo permitido ou conterem formaldeído, somente permitido em cosmético como conservante ou para produtos destinados ao endurecimento das unhas.

A Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005, é a norma que estabelece a lista de substâncias permitidas e o limite máximo para cada ativo em suas formulações. Porém, mesmo que o fabricante obedeça a essa norma da ANVISA, em contrapartida a própria ANVISA não exige que o fabricante de cosmético informe ao consumidor, no rótulo do produto, o valor da porcentagem utilizada do ingrediente ativo.

Portanto, quando desejar fazer um alisamento, a saída mais sensata é encontrar um cabeleireiro experiente. Quem já fez muitas escovas progressivas, certamente conhece os efeitos dos produtos que utiliza.

Antes de fazer uma escova progressiva é bom estar ciente de que usar produtos químicos no cabelo tem prós e contras. As principais contra-indicações para fazer alisamentos são: gravidez, lesão no couro cabeludo e estar com algum tipo de tintura no cabelo. O cabelo pode ressecar, e algumas vezes, há queda de cabelo. A vantagem de fazer um alisamento é que o cabelo fica fácil de arrumar, e para quem não gosta do crespo natural do cabelo, a mudança no visual, valoriza a auto-estima.


(*) Ingredientes Ativos permitidos pela legislação e as suas respectivas porcentagens:

1 - Hidróxido de sódio
4,5% p/p


2 - Hidróxidos de Cálcio (guanidina)
7.0%


3 - Formaldeído
0,2% (Em vários estados a ANVISA já proibiu o uso dessa substância em cosméticos)

4 - Ácido Tioglicolato
11,0%

(*) Fonte:
Divisão de Bromatologia e Química.
Seção de Cosméticos e Produtos de Higiene. Instituto Adolfo Lutz – Central. Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (IAL/CCD/SES-SP). São Paulo.
Maria C. Santa Bárbara; Lígia L. Miyamaru


Ingredientes das escovas progressivas
encontradas no mercado para venda:


Cálcio Hydroxide - ativo com função de alisar o cabelo
e o valor da porcentagem não é escrito


Thiglicolic ácido - Também o valor da porcentagem não é escrito.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mercado de Trabalho dos Profissionais de Beleza

A TV Record me ligou para dar uma entrevista falando sobre o mercado de trabalho dos profissionais de beleza,
Segundo a emissora, quando reportagens sobre o mercado de beleza são mostradas, recebem inúmeras ligações de esteticistas, reclamando que apesar de serem formadas, não conseguem emprego.

Um jornal de economia da Inglaterra - Ibtimes publicou (data de 15 set/2009) um artigo sobre o mercado de beleza no Brasil, (Beauty booms as Brazil consumers shrug off crisis).
O artigo faz um apanhado interessante sobre cosméticos e serviços de beleza no Brasil, concluindo que a crise econômica não foi capaz de espirrar na vaidade dos brasileiros.

A obsessão dos brasileiros por beleza, que vai desde depilar o corpo para ficar bonito e ir à praia, até se perfumar; foi responsável pelo crescimento de 27,5% da indústria cosmética no ano passado. O que significa uma cifra aproximada de 30 bilhões de reais sendo movimentada pela indústria da beleza (somente no ano de 2008) - dados do Euro monitor Internacional.

Então qual a razão da reclamação das esteticistas? Se o mercado do consumo de produtos e serviços de beleza cresce mais que a economia da China, deve haver algo errado nessas estatísticas?

Uma leitura dos fatos:

O mercado de trabalho para os profissionais de beleza está aquecido?
Sim e muito.

Então o que ocorre com as esteticistas?
São vários fatores. As esteticistas sofrem uma concorrência desleal de médicos dermatologistas e fisioterapeutas.
Vamos aos médicos. Não faz muito tempo que um médico dermatologista era treinado para tratar de doenças da pele, vitiligo, alergias etc. Hoje em seus consultórios, os dermatologistas, vendem antibióticos contra acnes e cremes contras rugas. Aliás, ruga virou o ganha pão do dermatologista. Sem contar os médicos esteticistas trabalhando com aparelhos de laser.

Eles estão errados? Difícil responder, se a preocupação dos seus pacientes é maior com relação às marcas de expressão que uma eventual doença na pele.

A população confia mais em um médico para amenizar rugas, que em esteticistas, isso é fato. Embora, em termos de resultado, o serviço de beleza oferecido por uma experiente e qualificada esteticista não é muito diferente do que é feito nos glamorosos consultórios, e ainda pesa menos no bolso do consumidor.

As fisioterapeutas invadiram literalmente o mercado das esteticistas. Não vou entrar nos detalhes dessa briga que roda o país inteiro.

Mas as fisio não podem negar a prática de corporativismo intenso.

"O Crefito 8 junto com um deputado estadual criou um Projeto de Lei Estadual (Paraná), exigindo a obrigatoriedade de um médico ou um fisioterapeuta, nos estabelecimentos de beleza onde fossem realizados trabalhos de estética.

A APEPR- Associação das Esteticistas do Estado do Paraná, junto com as Deputadas Elza Correa e Cida Borghetti em uma Audiência Pública, realizada no dia 18 de outubro de 2005, embargaram essa lei."


As esteticistas formadas e bem qualificadas de hoje são injustiçadas, pois carregam o ônus de erros cometidos no passado pela própria indústria da vaidade.

"O crescimento da demanda por serviços de beleza levou as empresas de cosméticos a partir de 1997 a oferecer treinamentos de como usar os seus produtos, para qualquer pessoa.
Os treinamentos proliferaram e um grande número de pessoas passou a se intitular esteticista, mesmo sem formação profissional."


"Mas é bom lembrar os exemplos de grandes profissionais antigas atuando ainda no mercado, que são verdadeiras mestras."

Veio a globalização, o mercado cresceu, surgiram máquinas, ácidos, mas surgiram também profissionais incompetentes. E as fisioterapeutas usam isso como marketing negativo, prejudicando muitas vezes a contratação de profissionais esteticistas.

Algumas escolas ficam a mercê de marcas de cosméticos. Não ensinam nada diferente dos passos ditados por especialistas em marketing de cosméticos: limpar, tonificar, hidratar, rejuvenescer, um produto após outro.

Poucos ousam pensar fora da caixinha, seguem o que a linha X ou Y, Z ordena. Dividem a pele das clientes somente em tipos de pele seca, oleosa, mista e sensível.

Será que uma pessoa não pode ter todos esses tipos de pele ao mesmo tempo?

"Porém, hoje existem exelentes cursos superiores e técnicos de estética, que não deixam nada a desejar para os outros cursos superiores."

Algumas sugestões para as esteticistas:

Versatilidade: aprender vários serviços, maquiar, design de sobrancelhas, depilação, e por que não manicure? Fazer parceria com a manicure e oferecer massagem nas mãos, nos pés, (reflexologia).

Fazer parte de uma associação de esteticistas. Afinal, foi dessa forma que as fisioterapeutas conquistaram espaço.

Informação objetiva sobre o que os cosméticos podem fazer pelos clientes e o que os cosméticos não são capazes de cumprir.

Persistência - receber não - faz parte da vida. Gostar da profissão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Peptídeos – quase o elixir da juventude

Um médico dermatologista, no programa da Ana Maria Braga da TV Globo, diz que temos um estoque de células. A notícia triste que ele relata sobre essa afirmação óbvia é que: o estoque de células vai se deteriorando ao longo do tempo.

Em seguida ele dá a boa notícia: uma substância quase milagrosa usada claro, no cosmético que ele estava divulgando em primeira mão no programa, faz com que esse estoque de células não diminua, e melhor ainda, essa substância irá ajudar a manter o estoque de células intacto.

A substância maravilhosa em questão é o peptídeo.
Embora a eloqüente apresentação do médico induza as mulheres a acreditarem que o elixir da juventude foi encontrado, a explicação científica é uma história um pouco diferente.

Os peptídeos são fragmentos de proteínas, que por sua vez são longas correntes de aminoácidos. No corpo humano, a função dos peptídeos é regular a atividade de vários sistemas e interagir com as células.

As enzimas são encarregadas de quebrar as proteínas em peptídeos. Os peptídeos têm várias funções no corpo humano. Existem peptídeos com atividade hormonal, outros têm função imunológica. Os peptídeos que atuam como mensageiros biológicos, dizem às células como agir, reagir e o que fazer. Há peptídeos com capacidade até de curar ferimentos na pele, outros colaboram para a melhora de dermatites e eczemas.

Os peptídeos, quando aplicados na pele, teoricamente promovem a regeneração celular. Porém, justamente o benefício da regeneração celular, é de difícil comprovação científica, porque os peptídeos não podem penetrar na pele e ao mesmo tempo continuar estáveis, devido ao fato de serem muito hidrófilos (gostam da água).

Ironicamente, os peptídeos também podem se transformar em moléculas instáveis nas formulações a base de água. Sabe-se que praticamente 50% de toda a formulação cosmética é água. E para piorar ainda mais, os peptídeos são vulneráveis na presença das enzimas. Quando a pele absorve os peptídeos, as enzimas abundantes na pele quebram os peptídeos em moléculas tão pequenas, que o peptídeo pode perder todo o efeito regenerativo.

Entretanto, os pesquisadores examinaram diferentes tipos de peptídeos sintéticos em laboratório e observaram como eles entram na membrana viva das células. A descoberta mais interessante é que os peptídeos transportam ingredientes biologicamente ativos para as células. Alguns destes peptídeos evidenciam notável efeito antiinflamatório.

Foi observado também que é possível anexar componentes de ácidos graxos às correntes de peptídeos específicos. Esse processo permite com que os peptídeos superem as suas inerentes limitações. E aí sim, a absorção dos peptídeos na pele pode ocorrer bem como a estabilidade da molécula também se torna possível.

Os peptídeos projetados em laboratório parecem ter eficácia e os benefícios vão além da superfície da pele. Mas, a longo prazo, são necessárias pesquisas mais conclusiva para compreender melhor o que ocorre realmente com essas substâncias.
É razoável afirmar que no laboratório, a tecnologia aperfeiçoa e muito o peptídeo sintético. O lado interessante desse debate é que existem realmente mais opções de substâncias para serem usados em produtos cosméticos anti-rugas, que promovam a regeneração do tecido epitelial.

Os peptídeos exercem benefícios reais como ingredientes ativos em cosméticos, quando três critérios são considerados:

1.Os peptídeos devem ser estáveis em sua fórmula básica.
2.Ele precisa ser associado a um mensageiro biológico que realce a absorção do ingrediente na pele.
3.Eles devem alcançar os grupos de células alvos antes da divisão (ou quebra) do peptídeo.

Atingir esses objetivos não é tarefa fácil, mas os cientistas afirmam que estão próximos da descoberta do elixir da juventude.

Os peptídeos têm sim, um potencial significativo no reino dos ingredientes antienvelhecimento.

sábado, 29 de agosto de 2009

Parabéns Clinique e Epidrat

Quando encontro algo correto, faço questão de divulgar, embora não ganhe um centavo sequer por isso. Quem ganha milhões falando bem de cosméticos são modelos e celebridades.

Eu ganho dinheiro (não milhões) com a venda de meu livro.
Não ologio sempre, mas tento encontrar algo razoável nessa selva de promessas não cumpridas pelos produtos cosméticos.

É o caso do filtro solar Epidrat.

Há tempo recomendo esse produto para minhas clientes, e informei ao seu fabricante sobre isso.

Eles prontamente triplicaram o preço do produto. Apesar de minha indignação quanto ao preço, continuo indicando-o para minhas clientes.

Agora é a vez da Clinique.

Minha filha que já incorporou meus ensinamentos, ganhou uma amostra grátis de cremes hidratantes e tônicos da clinique, ela pegou as amostras, pois chamou sua atenção: os produtos não possuem fragrância, são "fragrance free".

Uau, isso é maravilhoso. Mais um produto para recomendar às minhas clientes.

Só espero que a Clinique não triplique o preço como fez a outra.

De qualquer forma, parabéns Clinique!

Preço de Venda de um Xampu – A verdade num mundo de ficção

Vender xampu em um pequeno salão gera renda extra, porém encontrar o preço de venda torna-se uma arte, quando informações cruciais são ignoradas.

Os fabricantes de cosméticos disponibilizam para venda três categorias de preços de xampus:
popular, médio e alto.

Os xampus de preço popular são vendidos nos supermercados.
Os de preços médios e altos são vendidos em lojas de cosméticos e salões de beleza.

O proprietário de um pequeno salão é convencido por um hábil vendedor de que “o caro é melhor”, acaba adquirindo xampus por preços elevados, sendo forçado depois a repassar o valor salgado aos seus clientes. A sua clientela quando percebe que o preço do xampu irá pesar no bolso, prefere comprá-los em supermercado.

O fato é que a diferença entre diversos xampus é muitas vezes somente o preço.

A formulação de um xampu caro e barato praticamente não muda.

Comparar formulação de xampu é o mesmo que comparar rosas vermelhas, amarelas, etc., no final elas são todas rosas. Algumas podem até ter fragrâncias mais suaves que outras.

Porém na hora de colocar na ponta do lápis a receita gerada pelo xampu caro vendido no pequeno salão, descobre-se que a matemática não foi generosa.

E aí Inês está morta, pois o hábil vendedor já faturou. Mirou no que não viu e acertou no que viu:
a ignorância do mercado.

Ou seja, rosas iguais, apenas de cores diferentes, são vendidas em três categorias de preço.

Preço de venda não pode ser baseado na emoção ou bem-estar do consumidor mas no tamanho do seu bolso.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Les Nouvelles Esthétique

Entrevista dada por e-mail para a Jornalista Fernanda Danneman
Revista “Les Nouvelles Esthétique” - Curitiba 6/9/2008.

LNE - Os médicos que vendem cosméticos são um fenômeno em crescimento? Sobretudo onde? Mas isso não seria contra a ética?

Lucia F. Em todo mundo. Porém isso é mais significativo nos Estados Unidos. No Brasil, a especialidade de dermatologia há 15 anos, não atraía o estudante de medicina.
Hoje a dermatologia está entre as especialidades mais concorridas. Do ponto de vista ético, espera-se do médico uma atitude imparcial com relação à medicação receitada. Vender uma linha cosmecêutica no consultório paga as despesas da clínica. Além disso, o paciente prefere gastar dinheiro com as rugas em volta dos olhos, do que com a vermelhidão de uma eventual psoríase.
O médico recebe o dinheiro do tratamento das rugas à vista. Porém para pagar o tratamento da psoríase, o paciente procura um convênio. Para alguns dermatologistas, é um verdadeiro desafio, balançar corretamente os dois mundos: assumir a prática mais comercial da profissão, ou a parte mais acadêmica.

LNE - Qual o perfil do bom dermatologista especializado em cosmetologia? Como não cair nas mãos de um profissional que, para ganhar dinheiro, convence os pacientes a fazer procedimentos que, na verdade, não são necessários?

Lucia F. Imparcialidade, conhecimento e experiência. Só existe uma maneira de resistir a um profissional antiético, muita informação e altas doses de auto-estima. A razão de eu escrever meu livro foi: mostrar ao consumidor que informação é um poder de barganha que ele tem nas mãos.

LNE - Cosméticos e cremes produzidos na Europa (e, portanto, direcionados a pessoas que vivem em climas diferentes do nosso, e com características físicas também diferentes) são indicados - ou ao menos, podem ter bons resultados entre as brasileiras?

Lucia F. A formulação dos cremes vendidos na Europa não é muito diferente dos cremes vendidos aqui. O fundamental é entender que a pele muda de acordo com as estações do ano. Na página 146: “tipo de pele não é estático, o que você vê hoje, pode não ver amanhã, nem no próximo mês ou talvez na próxima estação”. Para conseguir bons resultados é preciso encontrar um produto que funcione e se concentrar nisso.

LNE - Se as pesquisas não apontam nenhuma substância capaz de acabar com a celulite, como explicar o crescimento do mercado anticelulite? Emagrecer é o melhor remédio?

Lucia F. A possibilidade de um creme para celulite funcionar, é muito pequena. O fato é que nós mulheres, acreditamos nessa pequena possibilidade. E a indústria cosmética sabe explorar essa fraqueza feminina ao máximo.
Exercício físico, sim, é um bom remédio. As porcentagens de ingredientes antioxidantes nos cremes amenizam as rugas. Portanto, não é total desperdício usá-los, além de contribuírem para melhorar a aparência da pele.

LNE - Quais as maiores ilusões vendidas pela propaganda estética? (Massagens emagrecedoras, cremes que combatem a flacidez facial, xampus, com efeito, "chapinha"? Aparelhos estéticos milagrosos, etc.?

Lucia F. É complicado enumerar as vastas promessas das propagandas dos produtos cosméticos. Departamentos de marketing são pagos para serem eficientes e criativos. Massagem melhora a circulação do corpo, desincha. “Back massagem” faz um bem tremendo para cólicas menstruais, desde que o massagista conheça anatomia e possua um toque firme.
Não existe legitimidade científica em cremes para combater flacidez facial. O colágeno é uma molécula muito grande, incapaz de penetrar na pele, atravessar toda a epiderme ir até a derme e se juntar ao colágeno natural.
A criatividade dos marqueteiros é estupenda. Minha pesquisa é constante para encontrar argumentos e rebatê-los. Aparelho de laser nas mãos de um médico bem informado e experiente pode trazer ótimos resultados para manchas na pele, cicatriz de acne e até para as rugas.

LNE - No livro está escrito: “... apesar dos preços absurdos dos tratamentos estéticos e os resultados serem quase imperceptíveis..." Os tratamentos estéticos não funcionam? O que podemos esperar deles?

Lucia F. Tratamentos estéticos são coadjuvantes para o emagrecimento. Elaborados com massagens, máscaras de argilas etc., melhoram a aparência da pele e contribuem para nosso bem-estar. Porém sozinhos não fazem milagres, não quebram células de gordura, etc. O profissional ético pede para a cliente praticar uma atividade física.

LNE - Quais os cuidados que devemos adotar antes de pagar por um tratamento estético, seja ele facial corporal ou capilar?

Lucia F. Ser realista e não esperar milagres. O consumidor deve conhecer a formação do profissional de beleza que irá executar o serviço.

LNE - Aparelhos que prometem emagrecimento por meio de choques "quebrando as células gordurosas" não funcionam?

Lucia F. Nenhum aparelho quebra célula de gordura com choques, essa afirmação, além de não ter comprovação científica, não é indicada pela ANVISA.
Um princípio semelhante ao aparelho que quebra cálculos renais é encontrado aparelho chamado “ultrashape”. Por meio da emissão de ondas acústicas as células gordurosas vibram até romper-se. Mas é bom deixar claro: esse aparelho não é autorizado pela ANVISA.
O médico do hospital de clínicas de São Paulo, Dr. Marcio Mancini e o Dr. Raul Dias dos Santos do INCOR, são contra a utilização desse aparelho. Eles dizem: “O ultra-som não é seguro nem eficaz. Pode ocorrer o acúmulo de gordura no fígado, gerando a pancreatite e causar problemas para os pulmões”.

LNE - Então não existe creme que possa retardar o envelhecimento? Ou seja, tudo o que os cremes fazem é melhorar a aparência da pele desde que haja uso continuado. Isso, já não é uma grande coisa?

Lucia F. Creme nenhum retarda o envelhecimento da pele. Uma composição razoável de antioxidantes ajuda a reduzir os danos dos radicais livres bem como os danos do sol.
Mas não se sabe ao certo, qual a porcentagem adequada a ser utilizada, nem por quanto tempo o ingrediente atua na pele, 20 minutos, uma hora ou uma semana.
A revista americana Consumer Reports, publicou uma pesquisa, onde alguns cremes diminuíram em 10% as rugas na pele. Mas essa descoberta é quase imperceptível a olho nu. Para os pesquisadores é maravilhoso, porém, nós consumidores, desejamos 40%, 50% de melhora; espera-se que um creme reconstrua a pele por inteiro. Isso, infelizmente ainda não existe.

LNE - O que devemos considerar antes de escolher um creme? É perigoso escolher um creme ou ir ao dermatologista é essencial?

Lucia F. Conhecer seu tipo de pele, ler a lista de ingredientes antes de comprar um produto cosmético. O filtro solar deve ser o produto cosmético mais importante a ser adquirido. E ter em mente que nenhum ingrediente é milagroso, essa “verdade” não existe. Cânfora, mentol e as fragrâncias são os ingredientes mais problemáticos.
Informação antes de comprar cosmético e escolher um médico, é fundamental.

LNE - Se ninguém tem pele normal por muito tempo, isso significa que sempre devemos estar mudando os tratamentos (sabonetes, cremes e filtros)?

Lucia F. A meta dos fabricantes de cosméticos é fazer com que o consumidor alcance o estado da pele normal. A verdade é: uma considerável parcela de mulheres tem peles ótimas. Para limpar, hidratar, controlar oleosidade, existe produtos excelentes no mercado. O tratamento deve ser descartado quando não der resultado positivo ou irritar a pele.

LNE - Você diz no livro: "é preciso estar ciente de como a cosmética pode danificar a sua pele". Como isso ocorre?

Lucia F. Sim. A indústria danifica sua pele, devido a promessas impossíveis de serem cumpridas pelo produto. O consumidor quer fatos e não simplesmente exageros, ou seja, as promessas devem ser bancadas por benefício realizável.
Eu brigo com acnes desde a adolescência. Foi buscando informação que o problema foi atenuado. Se tivesse o conhecimento que tenho hoje, jamais teria usado cremes oleosos nem exposto a pele ao sol em exagero. Existem produtos bem formulados, mas também há muita porcaria.

LNE - Sono e filtro solar são as melhores armas contra as rugas? Qual o lugar do hidratante nesse ranking? E qual a maneira correta de escolher um filtro solar, ou seja, quais os fatores que devem ser considerados?

Lucia F. O envelhecimento é um processo muito complexo, os médicos sabem disso. O estresse, cigarro, maus hábitos alimentares, vida sedentária e os danos causados pelos raios solares, são os grandes vilões do envelhecimento.
O hidratante é designado para restituir os lipídios da pele. Pele oleosa já produz lipídios de sobra, não precisa de gordura extra contida na maioria dos cremes. Hidratante é indicado para peles secas e com rugas.
Um filtro solar precisa proteger a pele contra os raios UVA e UVB. O número do FPS (Fator de Proteção Solar) escrito no rótulo do produto é a garantia contra os raios UVB. Porém FPS é só parte da história. Não há nenhuma indicação nos rótulos sobre como é feita a proteção dos raios UVA. E são esses raios que destroem o colágeno e causam câncer. A única saída então é ler a lista de ingredientes. Os ingredientes eficientes contra UVA são: Avobenzeno, dióxido de titânio e óxido de zinco. Isso está muito bem explicado na página 80 e 81 do livro.

LNE - Já que não existem produtos totalmente livres de causar reações alérgicas, como podemos nos precaver?

Lucia F. Experimentando o produto. Não há outra maneira. Os mais problemáticos são cânfora, mentol e as fragrâncias Os tipos de álcool isopropílico e álcool etílico também irritam a pele. Se um produto cosmético causar alergia, a atitude correta é evitá-lo.

LNE - No caso dos óleos essenciais?

Lucia F. Algumas fragrâncias espalhadas na pele causam muita irritação, é fato, não há o que discutir. Os aromas podem proporcionar bem-estar e serem bons para olfato, mas para a pele causam problemas. O óleo para massagem não deve irritar. E a fragrância deveria apenas perfumar o ambiente e não a pele.

LNE - Ao ler seu livro, fiquei com a idéia de que "produto natural", na verdade, é um perigo. Você poderia explicar melhor se vale ou não a pena apostar neles?

Lucia F. O termo Produto Natural é uma associação feita ao movimento Green. É uma estratégia de marketing usada pela indústria cosmética.
A primeira empresária do ramo a vislumbrar o capitalismo verde, muito antes que se tornasse uma febre, foi Anita Roddick da Body Shop (inglesa), na década de 70.
Os extratos das plantas eram comprados diretamente dos produtores de países de terceiro mundo.

Sua fórmula era supostamente ética, devido ao fato dos cosméticos não serem testados em animais. Os produtos da Body Shop foram empacotados e promovidos de forma inteligente, para emitir às mulheres uma mensagem de frescor: “nada lhe trará de volta a juventude, mas esses produtos dão a sensação de pureza a respeito de si mesma”. Hoje, os fabricantes de cosméticos já bem estabelecidos no mercado, apenas imitam essa estratégia. A Body Shop chegou a ter 2.000 lojas em 53 países e foi vendida para a L’oréal por (US $1.1 bilhão).

Cosmético Natural significa incluir extratos de planta na formulação do produto juntamente com uma enorme lista de ingredientes sintéticos. Quando um extrato de planta é adicionado na formulação cosmética, é preservado e estabilizado, isso faz com que ele perca quase todas as suas características naturais. Poucos ingredientes naturais possuem comprovação científica sobre os benefícios para a pele. Porém, o termo está sacramentado pelo mercado, vale à pena apostar naqueles que possuem comprovação.

LNE - Qual é o maior perigo para os cabelos: os produtos químicos ou os profissionais que os manuseiam? E por quê?

Lucia F. Todo produto químico prejudica o cabelo, resseca, queima, alguns danificam o couro cabeludo. Isso é fato. O que faz com que esses problemas sejam amenizados é o Know-How do profissional. Sua experiência e o conhecimento, tanto sobre a estrutura do fio do cabelo, como a formulação química do produto e os seus efeitos no cabelo. O perigo pode estar num profissional mal treinado quando ele alterar as formulações dos produtos sem ter noção de química. O cliente pode ficar careca e ter problemas sérios de irritação no couro cabeludo.

LNE - Abrir um salão no Brasil não é tarefa difícil, mas crescer, sim. O que é fundamental, hoje em dia, para fazer o negócio crescer? A realidade do mercado brasileiro é próxima ou distante do americano e europeu? Você poderia traçar um paralelo?

Lucia F. No Brasil, ainda não brigamos pelo cliente como deveríamos. Nos Estados Unidos e Europa a competição é super acirrada, cada cliente vale ouro. Além de um bom serviço, é dado mais ênfase na venda de produtos no salão e o cliente é mais bem informado. Num cenário assim, o Know-How do profissional é valorizado.

Mas, verdade seja dita, nós também temos profissionais talentosos. A qualidade na prestação dos serviços em alguns salões de Curitiba, São Paulo, Rio e Porto Alegre, não perdem para o mercado Europeu e Americano. Porém, em algumas cidades brasileiras, os serviços deixam a desejar, devido ao treinamento ruim que o profissional de beleza recebe.

Telefonista e manicure são os profissionais que o cliente faz o primeiro contato em um salão. Porém uma pesquisa feita por uma escola de Curitiba revelou que 60% dos problemas nos salões eram as telefonistas mal-treinadas. A esterilização dos alicates de cortar cutículas, ainda não é hábito para muitas manicures.

LNE - O que se deve esperar de um profissional de beleza hoje em dia, em termos de capacitação, especialização e etc.? Onde está o melhor do mercado brasileiro? Quais conselhos você daria a quem já esteja no ramo ou queira entrar?

Lucia F. A diferença entre o cabeleireiro que arruma o cabelo da atriz da novela da TV Globo no Rio de Janeiro e o cabeleireiro de qualquer outra cidade brasileira é: conhecimento, treinamento e experiência. Tanto um como o outro não usa tesoura ou xampu diferentes. Mas o estilo de corte de cabelo que aparece na novela é repetido nas ruas. Sem dúvida, o melhor mercado está no Rio de Janeiro e São Paulo.
Conselho: Teoria e prática ensinadas na escola são somente o sumário de um livro. O conteúdo aprende-se trabalhando, pondo a mão na massa.
Detalhe: no livro chamado aprendizado, as páginas nunca terminam.

Lucia Fagundes

MITO ou VERDADE?

Seguir algumas regras antes de comprar xampus, condicionadores, etc., ajuda economizar dinheiro e evita frustração.

Porém é preciso derrubar alguns mitos:

1 – Algumas empresas alegam possuír Ingredientes Secretos na formulação do xampu.

- MITO

• Nenhuma empresa de cosmético possui fórmula misteriosa. Existem quatro grandes laboratórios fornecedores mundiais de matéria prima para fabricar xampu. Esses ingredientes estão disponíveis para toda empresa de cosmético.

• É exigência da ANVISA mostrar os ingredientes no rótulo.

• Além do mais, comparando as listas de ingredientes de várias marcas de xampus, é fácil observar que praticamente não existem diferenças.

• Não importa a quantidade dos ingredientes extravagantes usados na formulação de um xampu caro, eles sempre acabam sendo retirados na hora de lavar ou escovar o cabelo.

2 – Comprando o xampu que a modelo mostra no comercial da TV, meu cabelo ficará igual ao dela!
– MITO

•Quando o cabelo magnífico de uma modelo é mostrado em anúncios de revistas ou TV, toda aquela beleza nunca é resultado apenas do xampu que ela usa.

•Na verdade, a genética foi generosa com a modelo, lhe dando um cabelo esplêndido.

•Sem contar às horas que ela passou nas mãos de um talentoso e experiente cabeleireiro. Iluminação do estúdio perfeita, excelente fotógrafo e muito, mas muito tratamento digital. Tudo isso é feito antes que a propaganda venha a público.

•O que faz a grande diferença é o estilo correto de corte, tintura ou "hair styling" no cabelo. Aprender a técnica da escova certa para o cabelo é mais importante que gastar fortunas em produtos.

3 - Xampu faz cabelo crescer.

– MITO

Não existe xampu capaz de fazer o cabelo crescer.
Um produto chamado Regaine, é vendido contra calvície, porém é agente farmacêutico (remédio) e deve ser receitado por médicos. Esse medicamento pode também apresentar inúmeros efeitos colaterais.

4 - Deve-se mudar a marca do xampu a cada 3 meses.

MITO -

O cabelo e o couro cabeludo não se adaptam a nenhum xampu. Cabelo é uma estrutura morta, e coisa morta não se adapta a nada.

VERDADE –

Excesso de condicionador, emoliente, com o passar do tempo pode congestionar os fios. O acúmulo desses ingredientes nos fios do cabelo são facilmente retirados lavando o cabelo com um xampu de marca diferente do condicionador.

domingo, 26 de abril de 2009

Armadilha das Porcentagens

Durante alguns anos estudei matemática, não foi tempo perdido. Em um capítulo de meu livro, menciono a manipulação das porcentagens usada nas pesquisas sobre a eficácia de cremes anti-rugas.
O sentido das porcentagens é expressar números muito grandes numa escala que possamos compreender mais facilmente. Portanto, porcentagens calculadas sobre amostras inferiores a 100 são suspeitas.

A estratégia consiste em transformar uma pequena amostra em porcentagem, para propositalmente fazer o resultado parecer importante.

Armadilha das porcentagens também é utilizada na política. Quem lê a seguinte notícia, pode imaginar que foi usado um estudo estatístico rigoroso para apurar a popularidade do nosso presidente.

Ibope confirma recorde de popularidade de Lula

“A pesquisa CNT/Sensu ouviu dois mil eleitores em 136 municípios.
(Ou seja, os pesquisadores ouviram 14 pessoas por município).

A Conclusão da pesquisa foi: no total, 62% dos entrevistados acreditam que o governo federal está tomando as medidas corretas para enfrentar a crise.

Apenas 15% afirmaram que o governo não vem agindo corretamente para contê-la e outros 22% não quiseram opinar ou não responderam.
A avaliação do governo no combate à crise foi avaliada como ótima ou boa por 62% dos entrevistados, como regular por 25%, e como ruim ou péssima para 5%. Outros 8% não responderam.

O que estão tentando fazer aqui é fixar a atenção de quem lê a notícia para a grandeza do número 62. Uma amostra de apenas 14 pessoas por município é muito pequena para exibir popularidade do governo federal.

Essa pesquisa foi publicada nos jornais no início de 2009.

Porém, é muito curioso que no carnaval de 2009, o locutor oficial do Sambódromo não anunciou a chegada do presidente para evitar que ele fosse vaiado pelo público.
Escolheu-se uma hora estratégica para o deslocamento de Lula até o camarote do governador Sérgio Cabral (PMDB).
O carro que conduzia Lula estacionou ao pé do camarote, em área protegida por grades e tapumes, a salvo dos olhares do público.

Mas, afinal o homem não contava com aprovação recorde da preferência nacional?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fragrâncias e Perfumes

Em uma das entrevistas que fiz para escrever meu livro, Detetive da Beleza, com um vendedor de cosméticos, ele explica a diferença entre fragrância e perfume: "Os meus produtos não contêm perfume e sim fragrância, e a diferença entre eles reside no fato de perfume fazer mal à pele e fragrância não".

O fato é: fragrância e perfume escritas em um rótulo de cosmético, têm o mesmo significado, ou seja, proporcionar ao produto aroma ou perfume e ambos causam problemas para a pele.
A função das fragrâncias em produtos cosméticos é mascarar os cheiros desagradáveis de alguns ingredientes químicos usados na sua formulação.

A conclusão de especialistas em alergias é que: fragrância é a causa número um das alergias na pele.
Fragrância em um creme ou sabonete não traz benefício para a pele nem melhora o cabelo quando acrescentada nos xampus.
Nada contra em satisfazer o olfato. Mas em definitivo, a pele não precisa de fragrância.

Porém a indústria cosmética descobriu que adicionando fragrância nas formulações, as vendas dos produtos se tornaram um sucesso. Pois para alguns consumidores, os aromas proporcionam sensação de bem-estar.

A parcela de alérgicos às fragrâncias ainda é considerada pequena para as grandes empresas fabricarem produtos livres de fragrância. Sem contar que o cheiro de alguns ingredientes químicos usados nas formulações é realmente intragável, assustam o consumidor. Após ter sacramentado no mercado produtos de aroma agradável, seria um risco para a boa imagem da empresa, investir em produto de cheiro horrível.

Outro problema é que muitos alérgicos migram para produtos de marcas e fabricante diferente, temporariamente resolvem o problema de alergia.

Aroma é adicionado também em comidas e bebidas. Portanto, brigar contra os cheiros é igual prender touro à unha.

Sou a primeira pessoa no Brasil a berrar contra o exagero de fragrâncias adicionadas nos cosméticos. Por enquanto, a única forma de conseguir produto cosmético sem fragrância é pedir para uma farmácia de manipulação fazê-lo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Não Precisa Concordar

Uma leitora diz que o meu livro é muito crítico.

É perfeitamente normal alguém não concordar com o meu ponto de vista sobre a indústria cosmética. Pois os meus critérios de avaliar um produto cosmético podem ser diferentes, devido a vários motivos: razões pessoais, expectativas diferentes, forma de uso – uma vez por dia, duas vezes ao dia, uma vez por semana, etc.

Um produto que eu abomino, talvez funcione para outra pessoa. Ou, completamente o oposto: ela poderá detestar um produto que eu aprecie muito. O que não posso levar em conta é a forma como milhares de mulheres se sentem quando usam um determinado produto cosmético, ou até mesmo as minúcias entre os produtos.

O que apresento nas páginas do meu livro é uma mera orientação, baseada na minha experiência, exaustivas pesquisas sobre rótulos de cosméticos, o que funciona ou não. Quem decidir seguir minhas recomendações esteja certo de que não são garantias, mas sugestões para ajudá-los, diante das inúmeras opções de escolhas oferecidas pela indústria cosmética. Mostro apenas uma maneira mais realista de se posicionar perante a confusa linguagem de marketing utilizada pela indústria quando divulga seus produtos. O meu sincero desejo é ajudar os leitores escolherem o produto mais razoável possível, nesse complicado mercado. Porém, a decisão final sempre será do consumidor.