quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Luz no Escândalo dos Implantes de Silicone

Acalmando os ânimos das mulheres que fizeram os implantes de silicone de mama das marcas francesa (PIP) e holandesa Rofil, a ANVISA decidiu que o SUS (Sistema Único de Saúde) pagará pela remoção das próteses que apresentarem problemas.

O PROCON determina que a responsabilidade pela infração seja solidária, ou seja, compartilhada pelos participantes na prestação do serviço. Os envolvidos são: o fabricante, importadora, o hospital ou clínica, o médico e até mesmo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), foi quem aprovou e liberou o produto.

Camile Linhares, consultora jurídica do PROCON do Rio de Janeiro, afirma: “a paciente deve acionar todos que compõem a cadeia para evitar o jogo de empurra.”

Nos Estados Unidos as ações judiciais são mais diretas contra fabricantes e médicos. Sem entrar no mérito de quem é culpado, vou postar alguns dados sobre esses casos nos Estados Unidos.

É visível que o caso PIP, gerou efeitos dramáticos nos implantes de silicone no Brasil. Lembrando que os Estados Unidos já passaram por isso. A ponto de o FDA (ANVISA americana) banir os implantes de silicone em forma de gel pelo período de 14 anos – (1992 a 2006). Hoje o implante de gel voltou a ser feito.

Segundo o Dr. Arthur Perry, um cirurgião plástico muito coerente de Nova York - a moratória de 14 anos foi baseada em emoções, advogados gananciosos, médicos desonestos e ciência duvidosa. Não resta dúvida de que os implantes deveriam ser estudados e melhorados.

O período de proibição serviu mais para assustar as mulheres e pairar dúvidas sobre médicos e a indústria do silicone com utilização médica. É um fato, nenhum estudo científico comprovou de que mulheres com implante de silicone tenham maior risco de adquirir qualquer doença, comparada à mulher que não possui implante de silicone no seio.

Alguns posicionamentos de órgãos científicos americanos sobre o assunto: em 1995, The American College of Rheumatology afirmou que os implantes de silicones não causam doenças.

Em 1997, The American Academy of Neurology, disse que os implantes de silicones não causam doenças neurológicas. No mesmo ano, The Journal of the National Câncer Institute afirmou que implantes de silicone não causam câncer no seio.

Finalmente em 1999, The Institute of Medicine e o The National Academy of Sciences, divulgaram um documento contendo 400 páginas concluindo de que os implantes de silicone não causam doenças.

Apesar de todas as evidências científicas, mostrando a segurança das próteses de silicone, em 1998, no estado de Nevada um grupo de jurados ordenou a empresa Down Chemical a pagar para uma mulher, o valor de 10 milhões de Dólares. Ela alegou sofrer de esclerose múltipla, após fazer um implante mamário de silicone.

Como resultado desse processo judicial a empresa Dow Corning Corporation faliu. Muitos fabricantes também pararam de fazer implantes de silicone. Várias empresas anônimas envolvidas na comercialização de silicone sofreram perdas financeiras devido a processos judiciais.

A razão dos altos preços de medicamentos hoje é resultado de perdas financeiras que a indústria farmacêutica sofre na justiça. Dinheiro não dá em árvore, e quase sempre quem paga a conta, infelizmente é o consumidor. Outro efeito nefasto desses casos escandalosos: as empresas privadas relutam muito antes de liberar qualquer patrocínio para pesquisas médicas.

Observação minha: os estudos mencionados acima não salvam a pele das próteses francesa PIP e a holandesa Rofil.

Essas próteses estão sendo acusadas de terem usado silicone industrial, não indicado para próteses de mama. As autoridades da França aconselharam as mulheres do país a retirar os implantes por precaução. E ainda não há manifestação desses fabricantes dizendo o contrário.

Fontes de pesquisa:
1 - Jornal "O Estado de São Paulo.
2 - Livro do Cirurgião Plástico, Dr. Arthur W. Perry.
- Título do livro: Straight Talk about Cosmetic Surgery.

1 comments:

Andre disse...

Infelizmente essas mulheres só estão colhendo o que plantaram. Fazem esses implantes em nome da vaidade e do supérfluo, dá nisso. O corpo humano não deve receber objetos, muito menos em regiões tão delicadas. Culpa também da mídia que distorce o conceito de beleza e feminilidade.