quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Polêmica dos Protetores Solares – Parte II

Tenho recebido e-mails de leitores pedindo minha opinião sobre o teste feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - Pro Teste.

A Pro Teste fez um uma pesquisa de eficácia em oito, dos mais famosos protetores solares vendidos no país e aprovou somente dois deles. Se o objetivo da Pro Teste era tornar sua sigla conhecida, foi bem sucedida - por alguns dias - sites e jornais divulgaram com afinco a grande polêmica.

A revista Cosmética & Toiletries afirmou que a pesquisa gerou confusão na cabeça dos consumidores.
1 – O consumidor de cosmético não é ingênuo;
2 – Foi-se o tempo da economia fechada, onde as opções eram restritas a dois ou três cosméticos de proteção solar;
3 – Variedade de ofertas faz um bem tremendo ao bolso do consumidor, mas o torna mais racional na hora de tomar a decisão de compra.

Porém, me pediram e aí vai: coloco então minha colher nessa polêmica.
A grande reclamação dos fabricantes donos das marcas reprovadas, foi não saber os métodos usados pela pesquisa da Pro Teste. No site da Pro Teste as explicações estão incompletas. Em outro site de autor que se diz ser um farmacêutico da Pro Teste, foi postado um artigo, dizendo que os detalhes da pesquisa não podem ser divulgados, pois essa atitude resultaria em processos judiciais contra a entidade.
Não quero ir mais longe nesse assunto, senão o caldo engrossa mais ainda.

A grande vilã da pesquisa foi a substância Benzophenone-3, que é usada nos produtos reprovados e segundo a Pro Teste, além de não ser eficaz para proteger a pele contra o sol, é cancerígena.

Fui pesquisar e encontrei um artigo da autoria de um grupo de cientistas suíços, liderado por Margareth Schlumpf
http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/filtros.htm

Diz o seguinte:
Cinco dos seis ingredientes testados, usados em filtros solares entre eles (benzophenone-3; homosalate; 4-methyl-benzylidene camphor (4-MBC); octyl-methoxycinnamate e octyl-dimethtyl-PABA) comportaram-se como estrogênios fortes em testes de laboratório, estimulando células de câncer crescer mais rapidamente. Somente um dos produtos químicos - um protetor de UVA (raios ultravioletas) denominado butyl-methoxydibenzoylmethane (B-MDM) - mostrou-se não ativo.

Excessiva exposição a estrogênios que pode ser originária de alguns filtros solares é reconhecida como a causa primária da endometriose. Talvez um filtro solar que utilize óxido de zinco seja a melhor escolha.


Outro estudo feito por cientistas suecos, liderado pela Dr. Helena Gonzalez, manda evitar o uso de filtros solares contendo a substância Benzophenone-3 em crianças pequenas.

Eles estudaram amostras de urina de crianças e adultos que passaram o filtro solar contendo a Benzophenone-3. Mesmo parando de usar o produto após cinco dias, os cientistas ainda encontraram a Benzophenone-3 na urina das crianças.
Pois segundo ela, as crianças menores de dois anos não possuem determinadas enzimas suficientemente desenvolvidas, e por isso não quebram a Benzophenone-3. O que sugere teoricamente, que as crianças pequenas não são capazes de se livrarem da Benzophenone-3, tão fácil quanto os adultos.
Eis minha modesta intromissão no assunto. Espero ter dado alguma luz.