sexta-feira, 11 de julho de 2008

Xampu sem Sal

Qual a diferença entre xampu com sal e sem sal?

O fato é: o sal está presente em todos os xampus disponíveis no mercado.

Não é possível saber ao certo, mas essa história pode ter originado nas linhas de cosméticos “naturébas” e também espalhada por alguns vendedores de xampus. A verdade é que foi notado aumento nas vendas, quando o vendedor dizia que o seu xampu não continha sal.

O sulfato lauryl de amônio (ammonium lauryl sulfate) pode ser derivado do óleo de coco. Esse ingrediente ativo é o sal do composto ácido sulfúrico, um detergente padrão de limpeza, presente na composição de xampus e sabonetes, muito eficiente.

Porém, em cosméticos nem tudo são rosas. O sulfato lauryl de amônio, apesar de ser eficiente, tem efeito irritante em alguns tipos de peles.

Sendo assim, as empresas de cosméticos, para agradar os consumidores, passaram a listar o ingrediente sulfato lauryl de amônio como (óleo de coco).

Foi o que bastou para dar a impressão, ao consumidor, de que o xampu não contém sal, e sim o ingrediente natural, óleo de coco.

Porém, o que o rótulo não explica, é que o óleo de coco deve ser transformado completamente, antes de ser sulfato lauryl de amônio.
A descrição mais exata desse ingrediente é que ele simplesmente não é nada natural. O sulfato lauryl de amônio não causa mal à pele, ninguém precisa evitá-lo.

Não é possível observar diferença, quando lavamos o cabelo com um xampu dito sem sal, ou outro qualquer, pois a composição dos xampus são iguais.

2 comments:

Anônimo disse...

Olá Lúcia, eu trabalho muito com pesquisas e estou agora neste ramo em busca de um mundo mais verde.
Achei muito interessante sua visão, sua escrita e também sobre o livro.
Se puder me responder, você conhece a Sandra Goraieb?
Você sabe ler rótulos?
O Ammonium lauryl sulfate é mais que preciso evitá-lo, ele agride o meio ambiente, é um potencial muito irritante e carcinógeno.
Qualquer coisa que puder ajudar, por favor me escreva!
http://franpage.blogspot.com/1983/08/por-e-mail.html
Bjs
Fran

Detetive da Beleza disse...

Oi Fran,

Muito pertinente o seu comentário.

Eu troquei algumas e-mails com a Sandra Goraieb, não a conheço pessoalmente. Mas gosto da postura dela perante a indústria cosmética.
Parece ser honesta e com ética.

Se eu sei ler rótulos? Para quem resolve trabalhar com cosméticos é crucial ler rótulos. O meu grande desafio é saber separar o blá ... blá do que é verdadeiro no rótulo de um produto cosmético.

Você mencionou a palavra verde. Pois veja o que penso sobre cosméticos naturais, orgânicos e similares:

O termo Produto Natural é uma associação feita ao movimento Green. É uma estratégia de marketing usada pela indústria cosmética.

A primeira empresária do ramo a vislumbrar o capitalismo verde, muito antes que se tornasse uma febre, foi Anita Roddick da Body Shop (inglesa), na década de 70.

Os extratos das plantas eram comprados diretamente dos produtores de países de terceiro mundo. A sua fórmula era supostamente ética, devido ao fato dos cosméticos não serem testados em animais.

Hoje, inúmeras outras empresas de cosméticos já estabelecidas, estão apenas imitando essa estratégia.

Cosmético Natural, significa incluir extratos de planta na formulação do produto juntamente com uma enorme lista de ingredientes sintéticos.

O termo já está sacramentado pelo mercado.

Leio no UOL o seguinte comentário:

Cosméticos "verdes" estão na moda; conheça as diferenças para não se deixar enganar.

Parece que o meu livro está surtindo efeitos.

Lucia