segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Esclarecendo os mitos

1 - Produtos caros são melhores que os baratos

Existem produtos bons e ruins em todas as categorias de preços.
O que importa é o que o produto contém, se irrita ou não a pele.

2 - A pele ao redor dos olhos precisa de um creme "especial".

Não existe nenhuma evidência científica, de que a pele ao redor dos olhos necessita de um creme diferente do restante da face. É um engodo da indústria; basta comparar a lista de ingredientes de um creme p/ os olhos e um creme p/ face. Não há diferença significativa.

3 - Todo tipo de pele deve ser hidratada


As peles oleosas não precisam de hidratantes, pois elas já produzem sebo em excesso muitas vezes. A pele seca e com rugas é a ideal para ser hidratada.

4 - Existem cosméticos melhores que o botox

Não há nenhuma pesquisa confirmando que qualquer creme espalhado na pele, possua efeito similar ao botox injetado na pele.

5 - Acne é um problema somente de adolescentes

Eu, particularmente sofri com acnes a vida toda. Existem mulheres com problemas de acne nos seus 20, 30, 40 e 50 igual à muito adolescente. E a maneira de tratamento permanece a mesma.

6 - Um cosmético natural é 100% oriundo das plantas

Há uma ficção espalhada pela mídia de que produto natural é melhor que produto sintético. Não existe legitimidade científica nessa afirmação. A grande maioria dos cosméticos ditos naturais, possuem apenas de zero a 1% de ingredientes naturais na formulação. O restante é sintético. É praticamente impossível produzir um xampu 100% natural. Muitos ingredientes naturais contribuem para o bem-estar da pele, no entanto outros, somente irritam a pele.

7 - Produto "hipoalergênico" é ideal para pele sensível

Mais uma palavra sem significado científico nenhum, criada pela indústria cosmética. Não há diferença na lista de ingredientes entre um cosmético comum, e outro com a palavra "hipoalergênico” no rótulo do cosmético.

8 - Um produto cosmético deve ser escolhido de acordo com a idade

Os problemas de pele são solucionados levando em conta o tipo de pele e não de acordo com a idade. Nem todo mundo do mesmo grupo de idade tem pele igual. Peles danificada pelo sol, oleosa, sensível, não têm a ver com a idade. A pele de todo mundo precisa ser protegida do sol e não ser irritada com cosméticos mal formulados.

9 - Se aplicar colágeno e elastina na pele, eles eliminam as rugas

Esses ingredientes são moléculas muito grandes para penetrar na pele e se fundirem com os elementos de suporte da estrutura epiteleal. Mesmo quando esses ingredientes são diminuídos, eles não se juntam ao colágeno natural já existente. As pesqusias científicas ainda não confirmam os milagres alardeados pela indústria cosmética pertinente à esse assunto.

10 - Pele oleosa pode ser controlada externamente,usando a linha de cosmético correta

Quem controla a produção de óleo na pele são os hormônios. Controlar hormônio ainda não está na alçada dos comséticos. O que pode ser feito é usar um retinóide para descongestionar o póro, assim o sebo flui mais fácil para fora e a oleosidade da pele pode diminuir.

3 comments:

Sandra Goraieb disse...

Olá, Lúcia! Estou retribuindo sua visita ao meu blog. No entanto, gostaria de discordar de você em alguns aspectos neste post. Você afirma que a idade não faz diferença, mas faz. As peles dos bebês, por exemplo, são imaturas do ponto de vista imunológico e metabólico, são mais permeáveis (chegam nos prematuros até a 50 vezes mais), o manto lipídico é ainda sutil. Necessita sim de cuidados e produtos especiais dedicados a esta faixa etária.
Outra coisa é o hipoalergênico, este produto foi testado em peles do tipo I e II, peles sensíveis e em sujeitos atópicos, logo, faz diferença sim, e muita. Da mesma forma que os produtos clinicamente ou dermatológicamente testados. É uma questão reguladora, você não pode por isto no rótulo legalmente se não cumprir certos protocolos.
Não significa no entanto que o produto seja inóquo, significa, já que você é matemática, que estatísticamente o produto tem uma menor probabilidade de causar sensibilização ou alergias. Simples assim, mas como matemática (e você sabe disso) não é opinião, faz diferença.
Abraços e parabéns por sua iniciativa!

Sandra Goraieb disse...

Ah, estava esquecendo, a pele ao redor dos olhos não é o motivo para a especial formulação destes produtos e sim a sensibilidade do próprio olho a determinados ingredientes.
Abraços

Anônimo disse...

Bom dia Sandra,

Tenho enorme prazer em responder suas excelentes colocações.

Obrigada por postar no meu blog.

Em primeiro lugar a intenção do meu livro e do blog é iniciar o debate entre os consumidores de cosméticos.

Pois a indústria cosmética fatura com a falta de informação das pessoas.

Literalmente explora a igorância do mercado ao máximo.

No último final de semana, analisei uns produtos que usam ingredientes com potencial para causar câncer.

No entanto a empresa fabricante, está vendendo como água. Isso é sério.

Você tem razão em dizer que as peles dos bebês são diferentes, certamente que sim.

Apesar de eu não citar a idade estou falando das peles após a puberdade, com acnes etc.

Observe o dilema que nós profissionais enfrentamos: na semana passada atendi uma cliente com vítiligo.

E simplesmente não existe produto cosmético sem fragrância à venda no Brasil.

Quando aparece esse tipo de pele p/ gente trabalhar é uma dificuldade enorme.

É outro drama encontrar gel de massagem facial para peles oleosas, todos os hidratantes são extremamente oleosos

e com fragrância, no entanto na maioria deles está escrito hipoalergênico e dermatologicamente testado.

Você diz: “O hipoalêrgico faz diferença, e muita. Mas quanto é esse “Muito”? Já que falamos em matemática,

Porque as empresas de cosméticos não apresentam ao comumidor os estudos comparando os seus produtos com produtos de concorrentes?

Não precisa dizer o nome do concorrente, basta mostrar que fizeram alguma comparação com produtos de diferentes concorrentes.

E exibam os números exatos, por meio de tabelas e gráficos com uma explicação detalhada.

Nunca vi esses estudos estampados em revistas.

Apenas dizem “os estudos mostram”, e onde está os estudos? Não há site nem e-mail para procurar.

A minha preocupação é que, esses termos são uma espécie de commodity para a indústria.

Tenho contactado as empresas de cosméticos e recebo a resposta de que os estudos são de uso restrito da empresa.

Todo Estudo científico sério é de conhecimento público.

Um abraço, Lucia Fagundes