sábado, 26 de setembro de 2009

Fabricante não informa a porcentagem do ativo nas Escovas Progressivas

Para transformar um cabelo crespo em liso, uma substância química deve alterar a estrutura do fio do cabelo. E não existe maneira delicada de fazer isso. Do contrário, seria possível despedaçar o vidro de uma janela, colar novamente todos os caquinhos e o vidro retornaria ao que era antes de ter sido quebrado.

Adulterar a forma natural do cabelo, sempre gera repercussões. Não importa se é usado condicionador ou não, a verdade é que o produto danifica a textura dos fios. É muito difícil saber de antemão o tamanho dos danos provocados no cabelo após um alisamento. A maneira mais simples é conferir a textura do fio do cabelo. Em cabelos muito finos, os alisamentos praticamente diluem os fios.

Se o agente químico, é algo tão forte a ponto de modificar a forma natural do cabelo, por um período de alguns meses (ou mesmo semanas), é sinal de que causará danos no cabelo.

Entre os diferentes produtos alisantes à venda, existem alguns mais delicados (e delicado aqui é muito relativo), que o outro.

A informação fornecida pelo fabricante no rótulo do produto, de que o alisante “não danifica o cabelo de maneira nenhuma”, é falsa. Porém, mulher sempre estará disposta a correr riscos para melhorar sua beleza.

Atendendo as denuncias feita por consumidores, o Instituto de Pesquisa Adolfo Lutz de São Paulo, no período de 2003 a 2007, avaliou 38 amostras de produtos alisantes de diferentes marcas e ativos, encaminhadas pela vigilância sanitária de São Paulo, PROCON e Instituto de Criminalística. Do total das 38 amostras, 20 foram reprovadas. Ou seja, 52% estavam em desacordo, por apresentarem teor de ativo acima do limite máximo permitido ou conterem formaldeído, somente permitido em cosmético como conservante ou para produtos destinados ao endurecimento das unhas.

A Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005, é a norma que estabelece a lista de substâncias permitidas e o limite máximo para cada ativo em suas formulações. Porém, mesmo que o fabricante obedeça a essa norma da ANVISA, em contrapartida a própria ANVISA não exige que o fabricante de cosmético informe ao consumidor, no rótulo do produto, o valor da porcentagem utilizada do ingrediente ativo.

Portanto, quando desejar fazer um alisamento, a saída mais sensata é encontrar um cabeleireiro experiente. Quem já fez muitas escovas progressivas, certamente conhece os efeitos dos produtos que utiliza.

Antes de fazer uma escova progressiva é bom estar ciente de que usar produtos químicos no cabelo tem prós e contras. As principais contra-indicações para fazer alisamentos são: gravidez, lesão no couro cabeludo e estar com algum tipo de tintura no cabelo. O cabelo pode ressecar, e algumas vezes, há queda de cabelo. A vantagem de fazer um alisamento é que o cabelo fica fácil de arrumar, e para quem não gosta do crespo natural do cabelo, a mudança no visual, valoriza a auto-estima.


(*) Ingredientes Ativos permitidos pela legislação e as suas respectivas porcentagens:

1 - Hidróxido de sódio
4,5% p/p


2 - Hidróxidos de Cálcio (guanidina)
7.0%


3 - Formaldeído
0,2% (Em vários estados a ANVISA já proibiu o uso dessa substância em cosméticos)

4 - Ácido Tioglicolato
11,0%

(*) Fonte:
Divisão de Bromatologia e Química.
Seção de Cosméticos e Produtos de Higiene. Instituto Adolfo Lutz – Central. Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (IAL/CCD/SES-SP). São Paulo.
Maria C. Santa Bárbara; Lígia L. Miyamaru


Ingredientes das escovas progressivas
encontradas no mercado para venda:


Cálcio Hydroxide - ativo com função de alisar o cabelo
e o valor da porcentagem não é escrito


Thiglicolic ácido - Também o valor da porcentagem não é escrito.

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