segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Peptídeos – quase o elixir da juventude

Um médico dermatologista, no programa da Ana Maria Braga da TV Globo, diz que temos um estoque de células. A notícia triste que ele relata sobre essa afirmação óbvia é que: o estoque de células vai se deteriorando ao longo do tempo.

Em seguida ele dá a boa notícia: uma substância quase milagrosa usada claro, no cosmético que ele estava divulgando em primeira mão no programa, faz com que esse estoque de células não diminua, e melhor ainda, essa substância irá ajudar a manter o estoque de células intacto.

A substância maravilhosa em questão é o peptídeo.
Embora a eloqüente apresentação do médico induza as mulheres a acreditarem que o elixir da juventude foi encontrado, a explicação científica é uma história um pouco diferente.

Os peptídeos são fragmentos de proteínas, que por sua vez são longas correntes de aminoácidos. No corpo humano, a função dos peptídeos é regular a atividade de vários sistemas e interagir com as células.

As enzimas são encarregadas de quebrar as proteínas em peptídeos. Os peptídeos têm várias funções no corpo humano. Existem peptídeos com atividade hormonal, outros têm função imunológica. Os peptídeos que atuam como mensageiros biológicos, dizem às células como agir, reagir e o que fazer. Há peptídeos com capacidade até de curar ferimentos na pele, outros colaboram para a melhora de dermatites e eczemas.

Os peptídeos, quando aplicados na pele, teoricamente promovem a regeneração celular. Porém, justamente o benefício da regeneração celular, é de difícil comprovação científica, porque os peptídeos não podem penetrar na pele e ao mesmo tempo continuar estáveis, devido ao fato de serem muito hidrófilos (gostam da água).

Ironicamente, os peptídeos também podem se transformar em moléculas instáveis nas formulações a base de água. Sabe-se que praticamente 50% de toda a formulação cosmética é água. E para piorar ainda mais, os peptídeos são vulneráveis na presença das enzimas. Quando a pele absorve os peptídeos, as enzimas abundantes na pele quebram os peptídeos em moléculas tão pequenas, que o peptídeo pode perder todo o efeito regenerativo.

Entretanto, os pesquisadores examinaram diferentes tipos de peptídeos sintéticos em laboratório e observaram como eles entram na membrana viva das células. A descoberta mais interessante é que os peptídeos transportam ingredientes biologicamente ativos para as células. Alguns destes peptídeos evidenciam notável efeito antiinflamatório.

Foi observado também que é possível anexar componentes de ácidos graxos às correntes de peptídeos específicos. Esse processo permite com que os peptídeos superem as suas inerentes limitações. E aí sim, a absorção dos peptídeos na pele pode ocorrer bem como a estabilidade da molécula também se torna possível.

Os peptídeos projetados em laboratório parecem ter eficácia e os benefícios vão além da superfície da pele. Mas, a longo prazo, são necessárias pesquisas mais conclusiva para compreender melhor o que ocorre realmente com essas substâncias.
É razoável afirmar que no laboratório, a tecnologia aperfeiçoa e muito o peptídeo sintético. O lado interessante desse debate é que existem realmente mais opções de substâncias para serem usados em produtos cosméticos anti-rugas, que promovam a regeneração do tecido epitelial.

Os peptídeos exercem benefícios reais como ingredientes ativos em cosméticos, quando três critérios são considerados:

1.Os peptídeos devem ser estáveis em sua fórmula básica.
2.Ele precisa ser associado a um mensageiro biológico que realce a absorção do ingrediente na pele.
3.Eles devem alcançar os grupos de células alvos antes da divisão (ou quebra) do peptídeo.

Atingir esses objetivos não é tarefa fácil, mas os cientistas afirmam que estão próximos da descoberta do elixir da juventude.

Os peptídeos têm sim, um potencial significativo no reino dos ingredientes antienvelhecimento.

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